quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Missão no Novo Testamento - parte I

O ESPÍRITO SANTO E A MISSÃO
(baseado em Discípulos Modernos, Russel Burril)

Texto Básico: Atos 1:4,5 e 8
“E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”
 
1.1.        O Espírito Santo uma Promessa Cumprida
 
   Precisamos esperar pelo derramamento do Espírito Santo?
  • Jesus havia instruído os discípulos a esperarem pelo poder do Es­pírito Santo. Alguns têm sugerido que a igreja atual precisa esperar por esse poder antes que saia em missão. Seria isto verdade? 
    Que conseqüências esta mentalidade pode trazer?
  • Igrejas passando todo o seu tempo esperando, deixando de ir às nações.
    Precisamos esperar pelo que já ocorreu?
  • A espera da qual falou Jesus ocorreria só uma vez, e foi realiza­da pelos discípulos.
  • Estamos vivendo na dis­pensação do Espírito. O Espírito já foi derramado. E esse derrama­mento está atualmente disponível para todos os crentes.
  • Assim que o crente entra no discipulado em Cristo, o poder do Espírito Santo está disponível para ajudá-lo a partilhar sua fé com outros.
    Quando se faz necessários clamar pelo derramamento do Espírito Santo?
  • Quando nos afastamos demasiadamente dEle, de modo a não ter capacitação para cumprir seu ministério.
  • Nesse caso, talvez precisemos de tempo para voltar à condição que nos permita receber o Espírito para esse propósito.
  • Isso não ocorre porque Deus não deseje nos enviar o Espírito, mas porque não estamos dispostos a permitir que o Espírito Santo nos use num ministério poderoso
   Resumido:
 
    1. Não precisamos esperar o que já ocorreu – existe o risco de esperarmos demais.
    2. Se a missão não for prioridade não haverá derramamento do Espírito Santo em nossa vida.

1.2.        O Espírito Santo e a Chuva (Temporã e Serôdia)

  Definição:
  • A chuva temporã cai em outubro e novembro, preparando a terra seca para o plantio da safra do inverno.
  • A chuva serôdia cai em março e abril. É uma chuva abundante, que apressa o processo de amadurecimento dos grãos.
  O que ocorre entre estes dois períodos?
  • Entre a chuva temporã e a serôdia ocorre a estação das chuvas. Chove o tempo todo entre a chuva temporã e a serôdia.
  • Desse modo, seguindo a analogia corretamente, percebemos que estamos hoje vivendo no período de chuva do Espírito Santo.
  • Já não precisamos esperar o derramamento do Espírito Santo como os discípulos o fizeram; Ele já foi derramado. Tudo que precisamos fazer para alcançar as pessoas é estarmos dispo­níveis como canais para uso do Espírito Santo.
 
1.3.        O Resultado do Derramamento do Espírito Santo

   Disposição Imediata para a Missão
  • O Pentecostes resultou na imediata proclamação do evangelho com o propósito de fazer discípulos. Os resultados tangíveis foram vistos nos três mil que foram batizados na­quele mesmo dia.
   Derramamento dos Dons do Espírito
  • O Pentecostes resultou no derramamento dos dons do Espírito - especialmente o dom de línguas. Esse dom capacitou a igreja primitiva a iniciar o processo de fazer discípulos entre as várias naciona­lidades representadas em Jerusalém naquela ocasião.
   Para Refletir:
Biblicamente, qual foi o objetivo do dom derramado no dia de Pentecostes?

  • Os dons espiri­tuais só podem ser devidamente compreendidos no cenário dos eventos no cenário da Grande Comissão.
  • Os dons espirituais são dados à igreja com o propósito de cumprir a Grande Co­missão e fazer discípulos.
  • Utilizar os dons do Espírito para qualquer ou­tro propósito é fazer mau uso deles.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Discipulado Pré-Batismo X Discipulado Pós-Batismo

(baseado em Russel Burril, Discípulos Modernos)

I – A Ordem da Tríplice Missão

Ide: Fazei Discípulos → Batizando → Ensinando

  Fazer discípulos a todo Momento
·         Parece que  ficou claro que fazer discípulos é tanto uma obra inicial quanto contínua. A pergunta que nos preocupa agora é: Qual é a obra ini­cial de fazer discípulos que precisa ser feita antes que uma pessoa seja batizada?

  Seguir a ordem é importante
·         De acordo com a Grande Comissão, indivíduos tornam-se discípulos, então são batizados, e depois instruídos.

  Quando se Deve Batizar?
·         Quando as pessoas atingirem a fase inicial do discipulado. Nes­sa altura, elas são discípulos; porém, não completamente maduros. Por isso Jesus sugere que nós os batizemos - esses discípulos iniciais - e que continuemos ensinando-Ihes num modelo contínuo de discipula­do.
Discipulado Inicial → Batismo → Discipulado Contínuo

·         É com esse pensamento em mente que desejamos examinar as condições que Jesus mencionou como sendo necessárias para alguém se tornar discípulo. Ele trata com o discipulado inicial, necessário an­tes do batismo, em vez do discipulado contínuo, recebido depois do batismo.

II – O Discipulado Inicial (Pré-Batismo)

2.1.        Disposição a Aprender (Mt 10.24-25)
"O discípulo (mathetai) não está acima de seu mestre, nem o servo, acima de seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?"
·         Essa passagem indica que o discípulo entra num relacionamento de aprendizagem com o Mestre. Ele tem disposição para aprender, requisi­to indispensável para quem deseja ser batizado como discípulo de Jesus.

2.2.        Disposição a Sofrer
·         Essa passagem também sugere que quem se tornar discípulo de Jesus pode esperar ser tratado como Ele o foi - incompreendido e perseguido.
·         No início de sua conversão a Cristo, é difícil para as pessoas su­portarem provas por causa da sua fé. Porém, se o discípulo é capaz de suportar dificuldades, então ele deve ter alcançado um mínimo de ma­turidade de fé em Cristo.
·         Portanto, parte do processo de se fazer discí­pulos é ajudar o crente a desenvolver uma fé madura o suficiente para suportar perseguição ou ridículo.

  Reflita:
Será que alguém que deseja ser batizado, mas esconde esta decisão dos amigos está pronta para o batismo?
Será que fazer um evangelismo e deixar o apelo para o dia do batismo, com medo da pessoa desistir, está cumprindo realmente a missão de “fazer discípulos”?

2.3.        Disposição a Renunciar (Lc 14.26, 27, 33)
"Se alguém vem a Mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu dis­cípulo. E qualquer que não tomar sua cruz e vier após Mim não pode ser Meu discípulo .... Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser Meu discípulo."
  • Os que decidirem se tornar Seus discípulos devem estar dispostos a abandonar tudo, in­cluindo o lar, a família, parentes, riquezas, e posição, para O seguirem.
  A Renuncia é Pré-Batismo ou Pós-Batismo? (Mc 10.21)
“E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.”
  • Alguns afirmam que primeiro recebemos as pessoas depois nos preocupamos com o seu comprometimento.
  • A Abordagem do Mestre – quando o jovem rico O procurou, Jesus foi claro, ao exigir total comprometimen­to antes de lhe conceder o discipulado.
  • A Abordagem Contemporânea – aceitar o jovem rico como ele era, fazer dele um discípulo, e es­perar que o comprometimento viesse depois.
  A Renunciar implica em que?
  • Levar a cruz é suportar sem queixas ou lamentações o olhar de reprovação de amigos e parentes; agüentar a repreensão, com paciên­cia e humildade.
  • A religião que Cristo oferece quando Ele convida as pessoas a se tornarem discípulos não é de sossego e comodismo, mas de suportar a cruz. Não promete co­modismo e prazeres no mundo, mas promete paz interior e felicidade.
  Reflita:
“Parece que o discipulado envolve muito mais um compromisso total e absoluto com Cristo do que sim­plesmente concordância com um conjunto de doutrinas.”

  Qual seria a importância das doutrinas neste contexto?
  • A compreensão de doutrinas básicas deve ter como propósito ajudar pes­soas a se entregarem totalmente a Cristo.
  • A compreensão da doutrina deveria ajudar novos cristãos a conhecer Jesus, para que possam se sentir à vontade em fazer um compromisso radical e sem reservas com Ele.
2.4.        Crer não é o Suficiente (Jo 8.31-32)
"Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nEle: Se vós perma­necerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus discípulos; e co­nhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

  “Crer” ≠  “Ser Discípulo”
  • Nessa passagem, Jesus está falando a pessoas que já crêem nEle.
  • Se crer em Jesus fosse = “ser discípulo” estas palavras de Jesus não teriam sentido.
  • Crer em Jesus não é suficiente. Ser um discípulo significa con­tinuamente se firmar em Seus ensinamentos.
  “Conhecer a Verdade” = “Ser Discípulo”
  • O resultado da contínua solidificação em Seus ensinamentos seria conhecer a verdade. Ele mesmo Se declara a verda­de (Jo 14.6).
  • Um discípulo é alguém que se firma nos ensinamentos de Jesus e vive de acordo com eles; é alguém que é obe­diente ao que Jesus diz, ou seja, guarda os mandamentos.
  “Ser Obediente à Verdade” = “Ser Discípulo”
  • A obediência aos mandamentos é motivado por seu amor a Jesus, e não por obrigação ou dever.
  • Isso im­plica sólido relacionamento com Jesus como base do discipulado, e a obediência aos Seus ensinamentos, como um fruto desse relaciona­mento. Se esse fruto externo não for visto, o discipulado não ocorreu.
  • No grego “discipulo” significa aluno, estudante, ou aprendiz. No Novo Testa­mento, significa total submissão.
2.5.        Amar é o Suficiente (Jo 8.34)
"Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhece­rão todos que sais Meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros."
  • O amor deve ser o teste infalível e absoluto de discipulado. Você pode identificar um discípulo quando ele ama como Jesus o faz (incondicionalmente)
  • Se a Grande Comissão nos ordena fazer discípulos, produzir crentes a quem chamamos de cristãos, mas que não têm o amor de Cristo no coração, é distorcer o Seu evangelho.
2.6.        Disposto a Frutificar (Jo 15.8)
"Nisto é glorificado Meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis Meus discípulos."
  • Ligação com Jesus pressupõe frutificar, se o fruto não aparecer, podemos saber que o discipulado ainda não ocorreu.
  • O contexto dessa passagem parece centralizar-se numa compreensão de missão. O cristão que não está reproduzindo, geran­do outros discípulos, ainda não é um discípulo.
III – A Função da Igreja dentro do Discipulado

3.1.        Despertar a Consciência do “Ide”
  • A consciência do “Ide” é muito importante dentro do processo do discipulado.
☺ Se isso é parte tão inerente do discipulado, como pode o pro­cesso evangelístico deixar de lado esse treinamento?
  • Como parte do “discipulado inicial” as pessoas deveriam ser despertadas sobre a importância de ganhar outros para Cristo
  • As pessoas têm entrado na igreja com seu próprio comprometimento a Cristo e então passam o resto da vida cristã servindo a si mesmas, e não aos outros.
3.2.        Treinar os membros de acordo com seus dons
  • A igreja deve envolver os novos conversos num programa de treinamento para que possam ser colocados em algum ministério de acordo com seus dons espirituais.
3.3.        Investir nos novos crentes
  • A tragédia do adventismo contemporâneo é que desenvolvemos uma igreja cheia de membros que não foram discipulados.
  • Tal­vez seja mais fácil começar com novos conversos, mudando o proces­so evangelístico, para que todos os que entrarem na igreja o façam com a compreensão de que devem encontrar seu ministério.
3.4.        Transformar expectadores em missionários
"Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como
missionário."(Ellen White, Serviço Cristão. 15)
  • Inerente ao chamado para ser um discípulo de Jesus está o cha­mado para ser um cristão que produz frutos.
  • O discipulado não pode existir, a não ser que a pessoa esteja envolvida em fazer discípulos.
  • Todo discípulo deve ser um pai espiritual para outros discípulos que estão em fase de cresci­mento, e então deve ser um avô, um bisavô.
  Levar a igreja a uma verdadeira conversão
  • A conversão é a mudança daqueles que não eram "um povo" para se tornarem o povo ministrador de Deus, o corpo de Cristo que é ativo, comprometido, e que serve aos outros.
  • A conversão completa e total, no sentido bíblico, é um processo de três partes, que envolve:
1. Conver­são a Deus em Jesus Cristo.
2. Conversão à igreja, o corpo de Cristo.
3. Conversão ao ministério no mundo por quem Cristo morreu.

Conclusão:
  • Qualquer metodologia evangelísti­ca que deixe de fazer isso é defeituosa.

O que é um Discípulo

(baseado em Russel Burril, Discípulos Modernos)

Introdução:

  O que Jesus entendia por Discípulo?
  O que a Igreja entende por Discípulo?
  • Seria simplesmente aceitar as vinte e oito crenças fundamentais da igreja?
Muitas definições são dadas na literatura de crescimento da igreja; contudo, parece que tais definições resultaram de motivos missiológi­cos, e não se ajustam estritamente à definição bíblica.
Considerando que fazer discípulos é algo tão crucial ao cumprimento da Grande Co­missão, precisamos entender claramente o assunto como Jesus o com­preendia.

Relembrando:

  Qual é a Tríplice Missão? Mt 28.19

  • Fazer Discípulos
  • Batizar
  • Ensinar
“Se uma igreja batiza as pessoas sem fazer discípulos ou sem ensiná-Ias, ela é desobediente a Cristo.“
“Se faz discípulos e deixa de batizá-Ias, ela é desobediente a Cristo."
“Se ensi­na às pessoas os mandamentos de Cristo, mas não faz discípulos e não batiza, ela é desobediente a Cristo.”

  Mais ainda:
  • Se faz discípulos e batiza as pessoas, mas falha em continuar ensinando-lhes os mandamentos de Jesus, ela é desobediente a Cristo.
  • A igreja tem falhado em cumprir a Grande Comissão, não porque deixou de proclamar e batizar, mas porque ignorou a necessidade de executar as três ações simultaneamente.
I – “Crescimento de Igreja” X “Fazer Discípulos”

1.1.        Contribuição do Atual Movimento de “Crescimento de Igreja”

   “Fazer Discípulos” é prioridade
  • Uma das grandes contribuições do movimento atual de cresci­mento da igreja tem sido sua ênfase em fazer discípulos. 
   “Nutrição de Cristãos Existentes” não é prioridade
  • Donald McGavran, fundador desse movimento, enfatizar mais o fazer discípulos do que a nutrição de cristãos existentes.
   Divisão do discipulado em duas fases:
  • fa­zer discípulos (o ato inicial de levar pessoas a Cristo)
  • aperfeiçoamento (desenvolvimento dos crentes).
1.2.  Perigos do Atual Movimento de “Crescimento de Igreja”

   Criar um falsa idéia de Missão Cumprida
  • A definição e ênfase de McGavran na condução inicial de pessoas a Cristo é louvável; porém, há mais no cristianismo do que simplesmen­te ir a Cristo.
   Criar um falsa idéia do “Discipulado”
  • A Missão não está cumprida simplesmente quando levamos alguém a professar Cristo publicamente. “Fazer Discípulos” é muito mais do que isso
  • O discipulado envolve mais do que a ida inicial a Cristo. 
   Criar um falsa idéia sobre “Evangelismo”
  • Se aceitarmos a idéia de que nossa missão se limita simplesmente a “levar pessoas a professar Cristo publicamente”, a nossa estratégia evangelística girará em torno simplesmente em “levar pessoas a professar Cristo publicamente”
  • Contudo, “Fazer Discípulos”, envolve muito mais do que um reconhecimento inicial de Cristo. Nossa estratégia ne­cessita prover informação suficiente para levar o novo converso ao discipulado, como Jesus o compreendia.
  Conclusão:
  • Lado Positivo – este movimento (Crescimento de Igreja –McGavran) produziu maior ênfase em levar pessoas a Cristo
  • Lado Negativo – este movimento tem criado uma base para se levar à igreja indivíduos que são cristãos mui­to fracos e descomprometidos com o senhorio de Cristo. 
II – Definição Bíblica de “Fazer Discípulos”

2.1.     Definindo o termo “Discípulo” (mathetes).
  • A idéia teve origem na Grécia, quando um aluno se unia a um professor a fim de adquirir conhecimento teórico e prático. É usada no Novo Testa­mento para indicar ligação total a alguém em discipulado.
  Discipulado = Relacionamento
  • Ser discí­pulo é viver em relacionamento com Aquele que está discipulando.
  Discipulado = Aprendizado
  • Nesse relacionamento, o discípulo deve aprender continuamente sobre a outra pessoa
  Discipulado = Sujeição
  • Nesse relacionamento, enquanto o discípulo aprende, ele também se submete a viver de acordo com o que aprende
  Resumindo:
  • Discipulado envolve basicamente comprometimento de alguém com certa pessoa, e submissão à sua autoridade, a fim de ser ensinado.
  • A palavra não sugere uma conversão rá­pida ao mestre, mas um lento processo pelo qual se é feito discípulo. O discípulo nunca é totalmente discipulado, mas está sempre nesse processo.
  • Ao discípulo compete entrar em completa submissão à autoridade de Cristo, estar disposto a viver em sujeição a Ele e a aprender sobre Ele enquanto viver. 
  Pare e Pense:
            Quando lhe vem a mente a palavra discípulo qual a cena que lhe vem à mente: alunos sentados ao redor de um pro­fessor, ou um grupo de penitentes ajoelhados num altar? O que isto muda no seu conceito de igreja?
  • Discipulado é mais um processo educacional do que um evento evangelístico
  • Discipulado é mais um uma escola, mais do que um reavivamento.
  • Discipular é o mesmo que dizer: "Trabalhe com as pessoas por um período, no processo educativo de ensinar Jesus".
  • Discipular é passar um bom tempo com as pessoas, na confiança de que mais cedo ou mais tarde, o Se­nhor fará com que se decidam pelo batismo.
  Nunca se Esqueça:
“Ir a Cristo é um ato de Deus, então os seres humanos não podem levar as pessoas a terem fé em Cristo. Tudo o que podem fazer é criar um ambiente de educação que faz as pessoas ficarem cientes de Cristo e Sua Palavra.” (Bruner)

2.2.     Discipulado é uma atividade contínua
  A Importância do Discipulado
·         "Discípulo" (matheteusate – imperativo aorística) = resume todas as responsabilidade missionárias, o discipulado é a fórmula mais segura para se cumprir a missão.
·         Se discipularmos a tríplice missão será cumprida

  Os Objetivos do Discipulado
·         Os outros dois verbos "batizando" e "ensinando" (baptizontes e didaskontes – gerúndio) particularizam os dois objetivos do discipulado: o batismo, objetivo do evangelismo; o ensino, meio de educar.

  Os Estágios do Discipulado
·         O discipulado atinge seu primeiro objetivo no "ato defi­nitivo do batismo e é continuado através da contínua atividade do ensi­no".
·         Assim a Grande Comissão diz aos cristãos tanto o meio de iniciação (batismo) quanto o meio de continuação (os ensinamentos de Jesus).

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Ministério do Discipulador - discipulado é um relacionamento de duplo sentido

1.1.        O Conceito de Parceria
  • Estabelecer um relacionamento com o discípulo não deve ser visto como um processo de um único sentido. Como um mentor, você tem pelo menos um pouco mais de experiência do que o discípulo.
  • Pense no relacionamento como se estivesse começando uma parceria. Rejeite qualquer pensamento de sua mente de que este é um relacionamento de cima para baixo, ou de pai para filho.
  • Não desenvolva a amizade baseado na pressuposição de que o discípulo não tem nada para contribuir. Espere receber ministração, ser abençoado e encorajado. Deus trabalhará em cada um de vocês, e vocês serão edificados com isso.
1.2.            Faça uma Lista de Expectativas
  • Vocês dois têm necessidades. O que vocês esperam de seu tempo juntos? As expectativas devem ser claramente definidas por ambos os lados. 
  As Expectativas do Discipulador
  • Como discipulador, o que você espera de retorno de seu investimento em tempo e dedicação? Como você deseja contribuir para a vida do discípulo?
  • Se você pensar sobre essa questão em oração, seu tempo juntos será de grande benefício para ambos.
  • A seguir há uma lista parcial de coisas que você pode fazer corno discipulador. Marque as mais importantes para você:
(   ) Colocar alvos elevados de realizações.
(   ) Oferecer idéias desafiadoras.
(   ) Ajudar a edificar a autoconfiança.
(   ) Encorajar a oração como um estilo de vida.
(   ) Oferecer amizade.
(   ) Confrontar comportamentos e atitudes negativas.
(   ) Ouvir problemas pessoais.
(   ) Ensinar pelo exemplo.
(   ) Promover experiências de crescimento.
(   ) Compartilhar textos que têm sido importantes para você.
(   ) Explicar como a igreja funciona.
(   ) Treinar a maneira de compartilhar durante o período da edificação em reuniões.
(   ) Estar à disposição em tempos de crise.
(   ) Oferecer conselhos sábios e palavras de conhecimento.
(   ) Encorajar o comportamento característico de pessoas do Reino.
(   ) Despertar consciência no discípulo da sua própria realidade.
(   ) Incentivar o amor pelo estudo bíblico.
(   ) Compartilhar conhecimento básico.
(   ) Ajudar o discípulo a tomar-se um discipulador.
(   ) outros:__________________________________________

  As Expectativas do Discipulador
  • O que o discípulo espera do discipulador? Isso deve ser discutido no primeiro encontro, e funciona melhor em uma reunião informal, talvez em uma refeição juntos.
  • Você pode dizer: "Nós passaremos alguns meses juntos enquanto você estuda as orientações diárias de crescimento. Eu quero que nossos encontros atinjam suas expectativas. O que você espera que aconteça em nossos encontros? Talvez você tenha algumas expectativas para as duas ou três primeiras semanas, relacionadas com mudanças que você está disposto a fazer em sua vida neste momento.
  • Outras expectativas irão se desenvolver mais tarde, mas teremos um ponto de partida se discutirmos as que estão em sua mente neste exato momento".
  • A seguir há uma lista parcial de algumas possíveis expectativas do discípulo (ofereça esta lista para o discípulo):
(   ) O desejo de saber mais sobre como Deus fala a nós.
(   ) Interesse pelos outros membros
(   ) Ajuda com problemas complicados que precisam ser solucionados logo.
(   ) Ajuda para entender os conceitos apresentados nas orientações diárias de crescimento.
(   ) Levar membros da família e amigos a Cristo.
(   ) Livrar-se de hábitos antigos que não combinam com o Reino de Deus – hábitos que parecem dominar o discípulo.
(   ) Compartilhar grandes sonhos e planos para o futuro, inclusive metas de longo prazo a serem atingidas.
(   ) Relacionamento com o marido ou esposa, tentando colocar Jesus no centro do casamento.
(   ) Relacionamento com os filhos, família, ou outros parentes que podem ser desafiados a se tornar membros ativos de uma célula.

1.3.            Faça um acordo Discípulo-Discipulador
  • Ao recapitularem as expectativas de ambos os lados, uma visão do que Deus poderá fazer com vocês irá se desenvolver. Seria uma boa idéia escrever em duas cópias os assuntos compartilhados durante essa conversa!
  • A sugestão é que vocês formulem um "Acordo discípulo-discipulador".
  Como fazer este acordo?
  • Não é necessário que seja escrito formalmente. Escrevam somente os pontos chave da discussão sobre suas expectativas.
  • O propósito desse acordo é definir os objetivos para que haja apoio mútuo.
  • Seguem abaixo alguns tópicos que devem estar no acordo:
  1. Quando e onde as ligações telefônicas podem ser feitas.
  2. O dia de semana em que vocês sempre terão seu encontro.
  3. O horário em que vocês terão seus encontros semanais.
  4. Permissão para o líder de célula saber, como confidente, de assuntos pessoais discutidos entre vocês dois.
  5. Possibilidade de parentes e amigos serem convidados para seus encontros informais.
  6. O modo que vocês acham mais adequado para compartilhamento: por exemplo, em uma sala, ou em uma refeição onde vocês possam conversar.
  7. Será dada prioridade à memorização de versículos, e vocês cobrarão isso um do outro.
  8. A promessa do discípulo de que as orientações diárias de crescimento no Bem-vindo à família sejam completadas diariamente e não de uma única vez em um dia (durante as três primeiras semanas, pelo menos, vocês estarão cobrando esse aspecto). 
  Como vocês farão a avaliação desse acordo?
  • Vocês podem combinar um encontro mensal para uma reavaliação
  • A verificação do progresso feita corretamente será de grande beneficio.
II – Crescimento requer Investimento de Tempo
  • A formação de um elo requer tempo. Quanto mais tempo vocês passarem juntos, mais forte será seu relacionamento. Isso não significa necessariamente mudanças em seus compromissos já assumidos. 
  Algumas idéias:
  • Vocês podem estar juntos durante os cultos?
  • Vocês podem sair juntos para uma refeição com seus familiares, talvez depois do culto ou em outra oportunidade?
  • Vocês podem praticar um esporte juntos? Fazer compras? Levar as crianças ao zoológico? Levar suas famílias para um piquenique em vez de saírem sozinhos?
  • Resumo: Qualquer atividade que fizerem juntos é um investimento no relacionamento que vai produzir frutos preciosos nos próximos anos de suas vidas.
2.1.  Conheça o OIKOS do discípulo
  • Não ignore o oikos do discípulo. As pessoas que têm um relacionamento mais próximo com ele ou ela precisam conhecer você e respeitar você. Se você não der atenção para essa área, pode se desenvolver uma hostilidade desnecessária.
  • Logo no começo de seu relacionamento, visite a casa do discípulo e conheça todas as pessoas que vivem com ele. Seria apropriado que ocasionalmente você ligasse para algum dos familiares para conversar sobre suas vidas, trabalho, ou qualquer atitude que mostre um interesse em suas vidas. Isso é muito mais importante quando há pessoas na família que não conhecem a Cristo.

Seis Atitudes de um Discipulador

I – O Discipulador Ouve
  • Na escola aprendemos a ler e escrever, mas a maioria das pessoas não teve nenhum treinamento formal de como ouvir. Se não aprendermos a ouvir, nunca entenderemos realmente o quadro geral do estilo de vida de outra pessoa.
  Definição de Ouvir:
  • Ouvir significa compreender a maneira pela qual a outra pessoa vê o mundo. Uma vez feito isso, nós vemos o mundo da maneira com que ela vê o mundo, e assim entendemos como ela se sente.
☺ Veja esta figura:
  Ouvir ≠ Falar a si Mesmo
  • Na verdade essas duas pessoas não estão conversando uma com a outra. Elas estão falando para elas mesmas! É muito fácil projetar seus princípios e valores em outra pessoa, distorcendo, dessa forma, o que aquela pessoa sabe ou valoriza.
  • Para ministrar ao discípulo, você deve cuidar para não pressupor que seus princípios fazem sentido automaticamente para a outra pessoa. 
1.1.      Não cometa estes erros:

   Ignorar o que está sendo dito,  enquanto pensa: "O que eu vou dizer como resposta ao que ele está falando?"

   Parecer estar ouvindo, desligando-se da conversa com comentários do tipo "Sim. Ah, sei ... Certo ... " 3. FILTRAR O QUE ESTÁ OUVINDO, escolhendo apenas o que você quer ouvir e ignorando o restante dos comentários.
   Ouvir intensamente, , prestando atenção excessiva no que está sendo dito mas sem estar sensível aos sentimentos que estão por trás das palavras.

1.2.      Use a "Escuta intencional, ativa"
  • Nesse nível você procura entender as necessidades, os medos, as alegrias e as fortes convicções do discípulo. Isso é chamado, por alguns, de "escuta ativa".
  • Em vez de pressupor pensamentos e sentimentos, você está lidando com a realidade dentro da cabeça e do coração da outra pessoa. Você está ouvindo para entender.
  Lembre-se:
“Necessidades satisfeitas não levam a pessoa a crescer em Cristo. Apenas as necessidades não satisfeitas fazem isso”.
  • Quando você realmente ouve, o discípulo compartilha as coisas mais profundas de sua vida. 
1.3.      Ouça com Aceitação

  Caso Real:
Um ex-viciado em drogas disse certa vez: “Ainda quando estava lutando para me libertar do vício, eu contei a alguns cristãos sobre minha luta para manter-me longe das drogas. Sabe qual foi o resultado, eles passaram a me evitar. Eles parecem aceitar muito bem as pessoas que dizem que estiveram envolvidas com drogas, mas eles não querem contato com alguém que ainda está nas drogas!"

  Não julgue, aceite as pessoas
  • Seria terrível para o discípulo sentir que você tem esse tipo de atitude enquanto está escutando as necessidades dele.
  • Ouça com aceitação, sem julgar e condenar o que está escutando.
1.4.      Cuidado com a Expressão Corporal
  • É muito importante dar atenção ao que você transmite com a sua expressão corporal enquanto ouve.
  Pesquisa:
  • Estudos mostram que 55% do impacto que você faz ao ouvir uma pessoa não vêm de sua expressão verbal; mas sim da maneira em que você senta, o que você faz com seus braços e mãos etc. Outros 38% de sua influência serão transmitidos por sua expressão vocal, e apenas 7% pelas palavras que você diz!
  Ouça com os ouvidos espirituais
  • Ouvir é uma tarefa difícil ­especialmente quando você está tentando ouvir com os ouvidos fisicos o que o discípulo está falando e com os ouvidos espirituais o que o Senhor está falando. 
II – O Discipulador Intercede
  • A razão pela qual é tão importante ouvir é que você pode interceder ao Senhor por aquilo que foi compartilhado.
2.1.Definindo Intercessão
  • Intercessão é aproximar-se de Deus em favor de uma outra pessoa
  • A palavra interceder vem de duas palavras do latim que significam "estar entre".
  • Ser um discipulador para outra pessoa significa implorar a Deus por misericórdia pelo discípulo, que está em necessidade.
2.2.Exemplos de Intercessão

  Abraão intercede por Sodoma e Gomorra (Gn 18.1-2, 16-33)
  • Abraão intercede por essas cidades e Deus responde ao seu apelo.
  Moisés intercede por Israel (Ex 32.1-14)
  • A intercessão de Moisés salvou Israel do julgamento de Deus
  A Igreja intercede por Pedro (At 12.1-19)
  • Pedro havia sido liberto da prisão por meio da intercessão da Igreja que se reunia na casa de Maria.
2.3. Intercessão pelo discípulo gera vida (1 Jo 5.16)
“Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.”

  Quais os tipos de pecado apresentado neste texto?

  "o pecado que traz a morte”
  • Muitos estudiosos dizem que a palavra "morte" nesse texto refere-se tanto à morte espiritual quanto física
  "o pecado que não traz a morte”
  • Alguém chamou isso de "pecado imprudente" - coisas que um cristão imaturo faz por ignorância, repetindo velhos hábitos que foram enraizados antes de sua entrega a Cristo. 
  Tendo como base o texto acima o que fazer nesta situação:
Certo discipulador tomou-se próximo o suficiente do discípulo para saber que ele tinha o hábito de fumar secretamente. O fato de ele esconder seu hábito revelou que sabia que estava fazendo algo errado. O relacionamento entre eles ­não era ainda forte o suficiente para confrontar a hipocrisia e o hábito. O que o discipulador deveria fazer?
  • O discipulador deve levou a situação a Deus em oração intercessória. Ao fazer isso, uma grande paz invadiu sua alma. Foi como se Deus tivesse dito: "Deixe essa situação para mim. Eu lidarei com ela".
  • De fato, é exatamente isso que o verbo grego diz que deve acontecer em situações como esta. O texto está dizendo: "Se você ora por seu irmão mais fraco, que está envolvido em pecado imprudente que não traz a morte como punição, então Deus dará vida a você (o intercessor) e ao discípulo!”
  • Você enfrentará situações em seu ministério em que você simplesmente apresentará a situação ao Senhor e descansará sabendo que ele tomará contai
2.4. A Intercessão te faz um com o Espírito (Rm 12.8)
  • A palavra grega usada para o Espírito Santo é parakletos = "alguém escolhido para ajudar".
  • Esta mesma palavra é usada como um particípio para descrever o dom espiritual de animar os outros
  • Este dom estará operando em você enquanto você servir de discipulador, você estará literalmente respondendo ao chamado de ser "alguém escolhido para ajudar"!
2.5. A Intercessão nos cura também (Rm 8.26)
"Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que as palavras não podem explicar, pede a Deus em nosso favor. "
  • O fato interessante sobre ser um intercessor é o relacionamento que nos é proporcionado com o Intercessor!
  •  Você crescerá em sua própria vida de maneira especial enquanto ele se coloca do seu lado para ajudar você a tomar-se um parakletos para outra pessoa.
III – O Discipulador forma pelo exemplo próprio

3.1.   Somos Modelos querendo ou não (1 Co 11.1)
“Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.”
  • Você alguma vez já pensou que qualquer coisa que você faça (algo nobre ou não) é uma atitude que serve como modelo? Não escolhemos ser modelos é o resultado inevitável de viver. 
☺ Seria arrogância pretendermos ser modelo para alguém?

  Paulo estava longe de ser arrogante ao escrever estas passagens:
"Por isso peço que sigam o meu exemplo" (1 Co 4.16)
"Meus irmãos, peço que sigam como eu" (Gl 4.12)
"Meus irmãos, continuem a ser meus imitadores. E observem também os que vivem de acordo com o exemplo que temos dado a vocês" (Fp 3.17)
"e seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor" (1 Ts 1.6)
"Vocês sabem que devem seguir o nosso exemplo " (2 Ts 3.7)
claro que temos o direito de receber ajuda; mas não pedimos nada para que vocês seguissem o nosso exemplo" (2 Ts 3.9).

  O autor da carta aos Hebreus também diz:
"Lembrem-se dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que tinham.” (Hb 13.7)

3.2.   Somos dignos o suficiente para sermos modelos?
  • Mesmo você não olhando para si mesmo como um "líder", você o é.
  • Satanás enche sua mente com pensamentos como este: "Oh, não! Eu não estou pronto para isso. Minha vida está uma bagunça. Eu não posso ser um modelo de vida cristã!
  A justiça de Cristo nos torna dignos (Rm 8.1)
"Mas se Cristo vive em vocês, isso quer dizer que, embora o corpo vá morrer por causa do pecado, para vocês o Espírito de Deus é vida porque vocês têm sido aceitos por Deus. "
  • Apenas lembre-se disto: nenhum de nós é perfeito, ­e nunca o seremos até irmos para o céu. Mas quando você se tomou cristão, você foi revestido com toda a justiça que você nunca alcançaria.
  A presença de Cristo nos torna dignos (Gl 2.20)
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”

  • No momento em que você orou para receber a Cristo, ele literalmente veio para habitar em você. Com a entrada dele em sua vida, toda a justiça dele inundou seu ser.
  • Você nunca será mais justo do que é neste exato momento, porque a única origem da justiça que você pode possuir veio para habitar em você.
  • Se você acreditar nos sussurros de Satanás dizendo que você não é bom o suficiente para ser um modelo de vida cristã, você está aceitando uma mentira como verdade.
3.3.   Somos maduros o suficiente para sermos modelos?
  • Talvez você não seja tão maduro em sua fé quanto um dia há de ser. Mas o objetivo agora não é servir como modelo de maturidade, mas de amor por Jesus e do desejo de servir seu Senhor!
☺ Pense Nisto:
Há muitos anos, quando meu filho Ralph tinha sete anos de idade, eu estava fora numa viagem missionária. Ele escreveu uma carta para mim. Eu sorri ao ver sua carta com letras tão feias e repleta de erros ortográficos. Sua escrita era perfeita? Nunca! Mas o que ele escreveu provocou lágrimas em meus olhos.
Era mais ou menos assim: "Qerido Pai. Eu amu você. Esta com saldade. Vote logo. Ralphie.” Sua carta estava perfeita!  

  Não esconda seus defeitos
  • Essa é a atitude que Deus espera de você como discipulador. O discípulo não espera perfeição de você. Deixe suas verrugas e espinhas espirituais aparecerem, ­escondê-las é um grande erro.
  • Mas você pode mostrar um coração de servo, um espírito preocupado com os outros, um gesto de amor. É isso o que é necessário para tornar-se um modelo perfeito. 
  Você será respeitado pela sua preocupação não pela sua perfeição
  • Quando você começa a descobrir que é respeitado e amado em virtude da sua preocupação pelo discípulo, você ganhará confiança em seu próprio potencial para os propósitos divinos.
  • O presente mais valioso que você pode dar é um exemplo sincero de companheirismo nessa jornada. Permitir que Cristo seja revelado em você é o que trará influência sobre a vida do discípulo.
IV – O Discipulador Ensina

  Quando você ouve o verbo ensinar pensa em que?
  • Existem duas coisas nas quais pensamos quando o verbo ensinar é mencionado. A primeira é uma sala de aula, e a segunda é um quadro-negro! 
4.1.  Ensinar ≠ Apresentar Fatos Desconhecidos
  • Se discipular pra você é um professor explicando fatos que ainda não foram aprendidos pelo discípulo pegue um apagador e apague essas impressões do guadro-negro de sua mente.
  • O que você fará como "professor" deve ser baseado em um modelo mais bíblico. Nos dias de Jesus o método de instrução era essencialmente oral, com uma forte ênfase na memorização. O objetivo não era acumular informações, mas causar uma transformação na vida do aprendiz.
  • Companheirismo e vida compartilhada eram as coisas que marcavam o relacionamento: o aluno estava constantemente com o seu professor.
  • Além disso, esperava-­se do discípulo que assumisse uma posição de servo de seu professor cumprindo tarefas básicas como carregar lenha, comprar comida, esfregar o chão etc.
V – O Discipulador Marca o Passo

5.1.      O que você entende por marcar o passo?
  • Marcar o passo é um termo emprestado do atletismo. 
  Objetivo do marcador de passo:
  • Acertar o passo para os que o seguem.
  • Mostra o caminho, indicando a direção a ser tomada.
  • Mostra como correr constantemente em vez de dar arrancadas (ir muito rápido no início fica sem fôlego muito antes do final da corrida – começar muito devagar pode terminar na última posição)
  Áreas que necessitam de alguém que marque o passo
  • Oração – uma hora juntos em oração é um exemplo. É bem provável que ninguém tenha adquirido esse hábito de orar por tanto tempo sem que outra pessoa tenha mostrado a maneira de fazê-Io.
  • Testemunho – testemunhar para os perdidos é outra área que sempre requer alguém experiente para dar o exemplo nas visitas e no acompanhamento. 
VI – O Discipulador envolve o discípulo com outros cristãos

6.1.  Evite o exclusivismo (outros podem ajudar você)
  • Não permita que o relacionamento que você desenvolveu com o discípulo se tome exclusivo! Procure desenvolver contatos com outros que tenham tido experiências similares. Estenda os relacionamentos do discípulo a outros membros da célula e da Igreja. Reconheça que esses novos relacionamentos irão complementar o seu trabalho com o discípulo.
  Por que isto é importante?
  • Se você não fizer isso, o resultado do discipulado poderá ser um "eco" de você mesmo. Ecos não são vozes! Dominar o discípulo ou limitar os contatos com outros da célula não é muito sábio. É bom pensar em pessoas de sua célula ou de sua igreja que possam enriquecer a vida do discípulo.  
  • Programe encontros entre eles para estimular futuros contatos, independentes de sua presença.
  • Se você está tentando satisfazer suas próprias necessidades emocionais ao limitar os contatos e amizades do discípulo com outras pessoas, existe o perigo de seu relacionamento com o discípulo se romper.